5.12.11

Fashion Bloggers: O Fenómeno.

O fenómeno dos blogues está longe de ser novidade: comentada e recomentada, a polémica já cansa e a saturação venceu. A verdade, é que os blogues, e em especial os blogues de Moda, foram como uma bênção que tornou a Moda um (muito pouquinho) menos elitista, e funcionam na grande maioria como um elogio ao estilo individual.

Há blógueres pertinentes, com uma palavra a dizer e um gosto invejável, há mentes audazes, perspicazes e com um ponto de vista (cada vez menos) isento que tornam a Moda um fenómeno mais rico pela dinamização de opiniões. 
 
 Dito isto, e sendo inegáveis as vantagens dos blogues, embate-se contra uma questão global que mina os meios institucionais, destituindo-os do cargo de informadores principais: que factores conferem maior credibilidade a um blogue de Moda que a uma publicação profissional? A proximidade, a identificação e a (pseudo) isenção são argumentos possíveis – e aceitáveis – mas não justificam, ou não deveriam justificar, a preferência a um bloguer sobre um jornalista. E esta credibilização dos meios amadores torna-se mais perigosa quando se entra no separador subjectivo da qualidade. É inegável a excelente qualidade de algumas plataformas pessoais que, pela experiência ou pelo talento, se revelaram autênticas fontes de inspiração e exemplos a seguir.

Mas, paralelamente, é também incontestável o fraco carácter de determinados blogues que, devido a um excelente – e, sem dúvida, louvável - marketing, conquistam uma audiência desmesurada que os encara como um exemplo a seguir, adoptando condutas que pensam ser imaculadas, quando na verdade são de fraco gosto e muito, muito pobre espírito. Portugal é, infelizmente, berço de blogues de Moda na maior parte não especializados – ou seja, uma amálgama de informação não tratada, não processada, não revista – que se dispersam pelas mais recônditas esquinas do meio, veiculando factos incongruentes e sem fundação, (mal) escritos por um conjunto de deslumbrados com a indústria que se auto-intitulam como uma autoridade na questão. As raras excepções não são devidamente reconhecidas e caem facilmente em esquecimento, num mar com mais peixe que água.


No oceano de informação que é a Internet, com tantos sonhos e possibilidades, com tantas esperanças e opiniões, com tanta fascinação e crédito imerecido, como separamos o trigo do joio?

Por Irina F. Chitas.

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